Divulgados os resultados das sessões do Tribunal do Júri da comarca de Santa Luzia do Paruá
As sessões do Júri Popular foram realizadas entre os dias 26 e 29 de agosto e os resultados divulgados nesta quinta-feira(16).
Corregedoria Geral de Justiça/Divulgação
O Poder Judiciário da Comarca de Santa Luzia do Paruá divulgou os resultados da série de julgamentos ocorridos no final de agosto. Foram realizadas três sessões do Tribunal do Júri, tendo como réus os homens Raimundo Nonato Lima Ferraz, júri do dia 24, José Antônio Silva Neto, júri do dia 25, e João Ka’apor Guajajara, júri do dia 26 de agosto. As sessões foram presididas pelo juiz João Paulo de Sousa, titular da comarca e as sessões ocorreram no plenário da Câmara de Vereadores de Santa Luzia do Paruá.
Tentativa de homicídio
No primeiro caso, o réu Raimundo Nonato Lima Ferraz estava sendo julgado pelo crime de tentativa de homicídio, atirar contra a guarnição da Polícia Militar. Ele foi absolvido pelo conselho de sentença. Relata o inquérito que em 25 de outubro de 2020, em Nova Olinda do Maranhão, policiais militares receberam várias denúncias que três elementos estavam armados e utilizando máscaras de palhaço aterrorizando a população nas ruas da cidade, apontando arma de fogo contra as pessoas, sendo que o denunciado ainda teria efetuado três disparos em via pública.
Os policiais localizaram os suspeitos que, ao avistarem a guarnição da PM, fugiram do local. Durante a tentativa de fuga, o denunciado disparou duas vezes contra a guarnição, e tentou atirar mais vezes, entretanto, a arma falhou.
Feminicídios
Os outros dois júris, realizados na sequência, foram de casos de tentativa de feminicídio e de feminicídio consumado. O primeiro, tendo como réu João Ka’apor Guajajara, finalizou com o conselho de sentença decidindo pela culpabilidade do acusado. Ele recebeu a pena definitiva de 19 anos e meio de prisão, a ser cumprida, inicialmente, em regime fechado. Narra a denúncia que João Guajajara, em 8 de outubro de 2020, teria tentado contra a vida de Raimunda Nonata de Sousa.
Conforme o inquérito, o denunciado e a vítima conviviam maritalmente, e no dia dos fatos a vítima estava na casa de uma amiga, situada na cidade de Nova Olinda do Maranhão, onde o denunciado fora buscá-la em uma motocicleta e com ela seguiu com destino a residência do casal, na zona rural.
No trajeto para casa, ele parou em uma ponte sobre um riacho e chamou a vítima com o pretexto de que ela fosse lavar o rosto, aproveitou-se de um momento de distração, para desferir uma paulada nas costas e outra na região da cabeça. Acreditando que ela estava morta, João jogou a mulher no leito do riacho, tendo esta sido socorrida e levada ao hospital por pessoas que passaram pelo local.
Consta ainda nos autos que a Polícia Militar foi acionada e, com base nas informações obtidas, saiu em diligência e localizaram o denunciado em um bar na localidade em que reside. O denunciado portava uma arma branca e duas porções de maconha e, ao ser abordado, negou envolvimento no crime, porém diante das fundadas suspeitas de ser o autor do crime de tentativa de feminicídio, ele foi preso em flagrante e conduzido até a Delegacia Regional de Zé Doca.
Na última sessão de julgamento, o réu foi José Antônio Silva Neto, acusado de ter matado Marilene dos Santos Lopes, em 29 de agosto de 2020. Marilene era ex-companheira de José Antônio e foi morta a golpes de facão. Foi apurado pela polícia que o denunciado e a vítima foram casados por 21 anos e estavam recém-separados. No dia dos fatos, José Antônio foi até a residência da vítima, no intuito de reatar o relacionamento. Entretanto, após a negativa de Marilene, ele teria declarado que iria matá-la e depois se matar. Em seguida, atingiu a mulher com os golpes e, mesmo ferida, ela conseguiu sair da residência e ir até o quintal onde foi alcançada e novamente atingida. Ato contínuo, o denunciado tentou se matar e foi localizado caído no quintal da residência, sendo socorrido pelos policiais militares e levado para o hospital da cidade. José Antônio recebeu a pena definitiva de 28 anos e nove meses de prisão.
(Foto: Arquivo).