Vereador de Davinópolis é preso por participar de quadrilha que aplicava golpes pela internet
O vereador foi preso em casa por volta das 17h dessa quinta-feira(7) e está a disposição da Justiça de Brasília.
Maranhão Notícias com informações da Polícia Civil do Maranhão
IMPERATRIZ – O vereador de Davinópolis, Edson Júnior Leal, conhecido como “Buguila’, foi preso na tare dessa quinta-feira(7), pela Polícia Civil de Brasília em cumprimento de um mandado de prisão preventiva expedido pela justiça. Ele é suspeito de participar de uma quadrilha que vem aplicando golpes pela internet.
Em nota divulgada em suas redes sociais, a Polícia Civil do Maranhão informou que agentes do Grupo de Pronto Emprego (GPE), da Delegacia Regional de Imperatriz, deram apoio a policiais civis do Distrito Federal no cumprimento do mandado judicial.
O vereador foi preso no desdobramento da “Operação Testa de Ferro”, que investiga uma quadrilha responsável por fraudes em contas bancárias, principalmente, no Centro Oeste e no Pará.
As investigações realizadas pelo Núcleo Especial de Combate aos Crimes Cibernéticos (Ncyber) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) em parceria com a Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf) da PCDF, apontam o vereador como suspeito de ter ligação com o casal preso em Goiânia em 31 de março.
Edson Júnior seria um dos responsáveis por indicar pessoas dispostas a cederem suas contas bancárias para o depósito e saque dos valores obtidos por meio da fraude.
Uma das vítimas do grupo criminosa que atua há mais de dez anos é uma empresa de calçados, que chegou a perder mais de R$1 milhão e 400 mil. Estima-se que as fraudes praticadas pela quadrilha podem ter alçado mais de 300 milhões de reais, e muitas vítimas ainda devem ser identificadas.
Investigações
As investigações começaram em 2019, quando a PCDF efetuou a prisão de indivíduos que realizavam saques, transferências e conversão de moeda nacional em dólar em uma agência bancária.
Naquela época foi descoberto que essas pessoas eram a base da pirâmide da organização, que emprestavam suas contas para serem beneficiadas com o dinheiro do furto. Em um segundo patamar, havia os recrutadores de conta bancária e, acima deles, os gerentes de operações.
O dinheiro dos furtos era transferido para contas dos beneficiários. Assim que os valores eram depositados nessas contas, os gerentes de operações transportavam os beneficiários até caixas eletrônicos e lá determinavam quais operações bancárias seriam realizadas.
Consta, ainda, que por vezes, essas pessoas possuíam máquinas de cartões de crédito fantasmas para realizar compras simuladas nos cartões desses beneficiários. Seguindo o rastro do dinheiro, o MPDFT e a PCDF chegaram aos suspeitos de liderar a organização. Em 2015, eles já haviam sido alvos da PCDF na operação Safira, que apurou fraudes contra correntistas de um banco, com prejuízo de mais de R$ 40 milhões. Eles permaneciam em liberdade e continuavam aplicando golpes. A dupla tem antecedentes criminais por duplo homicídio, estelionato, organização criminosa, furto mediante fraude, lavagem de dinheiro e posse de drogas.
Como era o golpe
O líder ou um hacker disparava mensagens de texto de celular contendo links que, quando clicados, instalavam um malware no aparelho da vítima. Confirmada a infecção, integrantes da organização criminosa realizavam contato telefônico se passando por funcionários da instituição bancária a fim de que a vítima fornecesse autorizações e credenciais de segurança adicionais para a realização das transferências. O dinheiro era destinado de forma pulverizada para diversas outras contas de pessoas que as cediam para a organização.
O vereador foi localizado em sua residência na cidade de Davinópolis-MA, conduzido até a Delegacia Regional de Polícia Civil de Imperatriz e encontra-se à disposição da justiça.
(Fotos: Imagens reprodução Capilex e Polícia Civil).