Movimento Campista é fenômeno como nova expressão na Igreja, diz dom Francisco
Este ano a Diocese de Carolina realizou três acampamentos, um no primeiro semestre, outro no meio do ano e outro em novembro.
Maranhão Notícias
CAROLINA – A Diocese de Carolina segue à risca a tradição da Igreja Católica, mas aberta a novos modelos de evangelização. É o caso do Movimento Campista, que tem como nome popular, os Acampamentos de jovens e adultos.
Durante produção de reportagem sobre o último acampamento ano ano realizado entre os dias 11 e 15 de novembro, em Estreito, o portal Maranhão Noticias procurou o bispo de Carolina, dom Francisco Lima Soares que enviou um artigo em que se posiciona sobre o novo modelo evangelizador em sua diocese.
Dom Francisco ressaltou que o Movimento Campista vem crescendo tanto que já chegou a reunir cerca de 3 mil pessoas nas missas de encerramento. E adiantou que em meio a momentos de dificil de evangelização, a diocese acompanha e apoia o movimento campista que visa resgatar pessoas para a Igreja.
Confira, na íntegra, o texto que dom Francisco enviou a reportagem:
O MOVIMENTO CAMPISTA NA DIOCESE DE CAROLINA
Podemos dizer que a gênese do acampamento se deu nos EUA por executivos, que eram afastados do seu ambiente de trabalho por uma semana e agrupados em equipes, às quais eram propostos desafios, que superados contribuíam para a vida pessoal de cada um, tudo isso, com a finalidade de desenvolver e aprimorar o sentido de equipe nas empresas.
A igreja católica do México com o teólogo J.H. Prado Flores, adaptou e espiritualizou estes retiros e iniciou um trabalho de evangelização e passou a utilizar estes “acampamentos” para resgatar casais que estavam se separando, jovens usuários de drogas, alcoólatras, enfim pessoas em busca de um encontro com Deus, visando preencher ou dar respostas a alguma situação difícil que estavam vivendo, como solidão, stress, angustia, depressão, dependências químicas, conflitos familiares, sexuais, matrimoniais entre outros.
No Brasil o acampamento tem pouco mais de 10 anos, teve início no Rio de Janeiro, depois Belo Horizonte, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do sul, e alguns estados do Nordeste.
Os acampamentos realizados em lugares afastados, geralmente na zona rural, os participantes chamados campistas, têm atividades desde as primeiras horas da manhã até a noite, com atividades participativas, distribuídos em equipes, onde irão aprender ou reaprender o trabalho e a convivência em comunidade, falando, ouvindo e respeitando as limitações e imperfeições do próximo, para juntos vencer ou não os desafios, que depende da união da equipe.
O objetivo proposto é conhecer ou voltar a ter contato com DEUS, aprendendo a se conhecer melhor e ter uma vida segundo os ditames do amor de DEUS.
Na diocese de Carolina, o movimento passa por um momento de empolgação e entusiasmo. Tem um local “Recanto do Amor de Deus” no município de Estreito-MA está recebendo o apoio do padre Luzimar que coordena uma equipe e com o padre Domingos Guimarães. E de certa forma, de toda a diocese, porque foi discutido no conselho de presbítero. Foi dialogado sobre e refletido sobre o fenômeno como nova expressão na Igreja e que iria ser acompanhado pela diocese.
Foi perguntado o que esse movimento poderia contribuir na diocese? Foi visto que faria com que as pessoas que não participam da vida da igreja pudessem fazer parte dessa Igreja se engajando num movimento pastoral.
Na Diocese de Carolina, o campismo tem esse objetivo que também não se afasta do objetivo inicial. E como nós estamos nesses momentos difíceis para a evangelização, com o fenômeno da secularização e do ateísmo prático, o movimento tende a se fortalecer, sendo acompanhado pela Diocese. Quer fazer com que uma parcela significativa das pessoas que não participam da vida da Igreja possa ter acesso pelo viés do acampamento e, a partir daí tenha um compromisso com a vida eclesial em suas pastorais e em seus movimentos.
Ao mesmo tempo a Diocese fornece orientações para que possam produzir frutos na vida dessa Juventude que está fora da Igreja.
Até o presente tem sido uma explosão de entusiasmo que chega a reunir 3 mil pessoas em missas de enceramento. Tem sido um fenômeno. Votos de que seja uma expressão do Reino.
(Foto: Arquivo).