Imperatriz

EXPOIMP: Cruzamento das raças nelore com brangues apresenta resultados satisfatórios

Nesta quinta-feira teve  um dia de camp da raça brangus na Expoimp.

Agroagência Bragus/Divulgação

IMPERATRIZ – Os resultados de uma fazenda localizada no Maranhão mostram que num cruamento do nelore com a raça brangus os bezerros pesam 15% a mais. Isso demonstra que o brangus apresenta excelente adaptação e tem se despontado nos rebanhos da região norte e nordeste do Brasil

“Entre seis a sete meses de idade esses animais cruzados alcançam em torno de 220 a 240kg de peso, na média uma arroba a mais é garantida em comparação com o zebu, como exemplo um bezerro nascido em outubro, apresenta 220kg aos 5 meses”, essa é a fala do Clorisvaldo, trabalhador da fazenda OIAC, localizada nos municípios de Porto Franco e São João do Paraíso no Maranhão, um demonstrativo da crescente utilização da raça brangus na região norte e nordeste brasileira.

A propriedade que introduziu a raça na década de 80 vê cada vez mais os resultados aparecendo: bezerros em torno de 15% mais pesados na desmama em comparativo com os animais somente da raça nelore.

“É visível um encurtamento da idade à primeira cria das novilhas em seis meses das cruza brangus em relação às nelore. Sem necessidade de qualquer mudança no manejo na fazenda, em relação ao que é feito com o nelore, um gado mais rústico. E quando falamos de características,  é importante  justamente ressaltarmos a obtenção de ganhos através da heterose do sangue europeu x zebú sem perda de adaptação e rusticidade”, explica o coordenador do projeto e zootecnista da Fazenda OIAC, Roberto Maciel.

E o uso de novas raças que potencializem a pecuária é um reflexo da melhora na produção bovina nessas regiões. Segundo dados da pesquisa pecuária municipal realizada pelo IBGE no ano de 2020, o Estado do Pará é o nono entre os vinte e cinco maiores rebanhos do Brasil e de acordo com dados levantados pela Associação Brasileira das Indústrias exportadoras de Carnes (ABIEC), só a cidade de Marabá, teve crescimento no rebanho de 417% nos últimos 20 anos.

“No Maranhão, por exemplo, temos facilidade de escoamento transatlântico e no Pará um crescimento de rebanho muito expressivo, ambos estados fazem parte do MATOPIBA a nova fronteira da pecuária brasileira e que a raça brangus tem se colocado como uma excelente opção. Atualmente são sete criatórios da raça no nordeste e mais nove na região norte, um aumento de 27,5% no número de registro dos animais em dois anos”, enfatiza Roberto Grecelle, executivo da Associação Brasileira de Brangus (ABB).

E a adaptabilidade parece ser a palavra chave por aqui. Por ter sangue de zebuínos e da raça angus, o brangus traz muita versatilidade. Produz muito bem à campo no calor tropical, em cima dos diferentes capins além de ter melhor resistência ao carrapato que os taurinos puros.

Na fazenda Três Marias em Castanhal no Pará, o reprodutor brangus é utilizado no repasse em vacas nelore, com ótimos resultados mesmo sendo uma região de clima quente e úmido. “Essa utilização visa ter um produto totalmente adaptado ao bioma amazônico, um produto com diferencial em ganho de peso, valorização na venda, maior peso ao desmame, resolvendo o problema da fêmea porque esse produto oriundo do touro brangus com a vaca nelore é uma matriz com maior habilidade, com muito mais leite e mais dócil”, aponta Zoroastro Azevedo Junior, proprietário da fazenda.

Dia de  campo

Com o intuito de trazer ainda mais informação para os produtores nordestinos, que a ABB realizou nesta quinta-feira(7), em Imperatriz no Maranhão, o Dia do Brangus, durante a Expoimp 2022.

O evento realizado em parceria com o Sindicato Rural de Imperatriz trouxe, além do leilão com a oferta de quatrocentos animais da raça brangus, palestras, dia de campo, oficinas e degustação de carne.

“Será um evento para que o produtor conheça ainda mais a raça brangus, com uma programação totalmente dedicada a quem quer aperfeiçoar seus conhecimentos e entender mais sobre a capacidade da raça de incrementar a produtividade, com manejo simples e animais extremamente adaptados”, enfatiza o presidente da ABB, Ladislau Lansarics Junior.

(Foto: Mayara Martins/Agroagência).

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