UFMA adere a projeto de mobilidade em parceria com outras três federais
O projeto de intercâmbio é inovador e deve ter a participação de várias outras instituições federais.
Maranhão Notícias
SÃO LUÍS – A Universidade Federal do Maranhão(UFMA), aderiu recentemente a um projeto piloto denominado “Promover”, que vai permitir que seus estudantes possam cursar remotamente disciplinas e componentes curriculares de outras universidades federais. Em teste, o projeto que vem sendo realizado na forma presencial pela Associação que reúne os reitores das universidades federais (Andifes), oferece 340 disciplinas (2.130 vagas) para o primeiro semestre.
A informação sobre o “Promover” está em artigo divulgado neste domingo (7), pelo professor-doutor Marcos Fábio Belo Matos, Vice-Reitor da UFMA.
“A proposta está sendo tão bem recebida que há indicação para, em futuro bem próximo, diversas outras universidades se integrarem à ideia”, diz o artigo que detalha: “Na prática: um estudante de Geografia da UFMA pode cursar, de forma totalmente remota, disciplinas e componentes curriculares, por exemplo, na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), ou vice-versa”.
Confira a íntegra do artigo do professor Marcos Fábio
MOBILIDADE ESTUDANTIL NA UFMA: AS REDES AMPLIANDO HORIZONTES
Marcos Fábio Belo Matos – jornalista, professor e escritor. Diretor de Comunicação e Vice-Reitor da UFMA
No último dia 29 de janeiro, em cerimônia remota, a UFMA participou, juntamente com mais três universidades federais (UFG, UFSB e FURG), do lançamento do programa de mobilidade acadêmica dos cursos de graduação. O título é muito sugestivo: PROMOVER (que entendo como “pró-mover”, estimular a mobilidade, a dinâmica do conhecimento, o desenraizamento e a postura e pensamento globais, enfim: sair do lugar…).
Como símbolo de prestígio institucional, estavam presentes (com falas e atitudes), os três reitores das IFES e a reitora da UFSB. E representantes de outras federais, pró-reitores(as) e mais o público diretamente interessado: estudantes que podem se beneficiar desta ação. A cerimônia teve transmissão pelo Google Meet e pelo canal do Youtube da UFG.
Em síntese, o programa efetiva uma ideia simples, que já vem sendo testada no formato presencial pela Andifes (Associação que reúne os reitores das universidades federais), mas de forma muito tímida e que, com este novo formato, pode crescer muito e se transformar numa coisa realmente grande e importante: fazer com que se crie, efetivamente, uma rede de instituições de ensino. Na prática: um estudante de Geografia da UFMA pode cursar, de forma totalmente remota, disciplinas e componentes curriculares, por exemplo, na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), ou vice-versa.
Por enquanto, o Promover será realizado, na forma de experiência-piloto, nas 4 IFES – o programa abriu, neste primeiro momento, 340 disciplinas e ofertou 2.130 vagas. Mas já existe indicação para, em futuro bem próximo, diversas outras universidades se integrarem à ideia. Em um sistema federal que, somente em termos de universidades, conta com 69 instituições, pode-se imaginar a maravilha que será se tivermos, em alguns anos, muitas (ou todas!) nesta rede.
A ideia é simples, mas o que ela causa é uma transformação imensa, imensa. Esta inter-relação possibilita, por exemplo, que os estudantes façam disciplinas em universidades onde têm interesse de cursar uma pós-graduação; ou estudem com aquele(a) professor(a) que admira pelos textos que leu dele(a); ou que se integre em grupos de pesquisa; ou que troque com colegas de outros lugares conhecimentos e isso lhe amplie o repertório acadêmico; ou que, de fato, se integre a uma rede de ensino, pesquisa e extensão para além do seu campus.
É uma mudança de cultura institucional. E bancada, de forma inovadora, pelos dirigentes máximos dessas federais. E efetivada pelas pró-reitorias de ensino das 4 universidades, que fizeram um trabalho de estruturação vigoroso.
Outro ponto não menos importante: trata-se de um programa, em essência, de baixo custo. Em tempos de orçamento escasso, iniciativas assim são sempre muito bem-vindas.
Tenho grandes esperanças de que este programa, devagarzinho, vá se consolidando e transformando, de maneira gradual, as mentes de aluno(a)s e professore(a)s. E possamos, muitos anos depois, materializar a ideia de Fernando Pessoa, no seu profético “Mar Português”: “Valeu a pena? Tudo vale a pena / Se a alma não é pequena. / Quem quer passar além do Bojador/ Tem que passar além da dor/ Deus ao mar o perigo e o abismo deu,/Mas nele é que espelhou o céu”.
(Foto: Arquivo pessoal).