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Ritual da “queimação de palhinhas” encerra festividades natalinas em Imperatriz

A solenidade reuniu várias pessoas na residência do casal Fábio e Matilde Pontes.

Maranhão Notícias

IMPERATRIZ – A “queima da palhinha”, uma tradição católica e popular iniciada no ano de 1.223 por São Francisco de Assis com a confecção do presépio, foi realizada no fim de semana por uma família residente em Imperatriz. A solenidade reuniu amigos e familiares da família do casal ludovicense Fábio e Matilde Pontes no Conjunto Cristo Rei, bairro Nova Imperatriz.

Conforme a tradição, os donos de casa recebem os convidados e puxam orações e cânticos, inclusive uma oração em latim.

O ritual de queimação das “palhinhas” retiradas no momento do desmanche do presépio, que recria o cenário do nascimento de Jesus, acontece quando duas pessoas seguram e embalam numa espécie de mini rede improvisada um boneco representando o menino Jesus enquanto é entoada uma ladainha.

“Adeus meu menino, adeus meu amor, até para o ano se eu vivo for..”, diz o refrão que reforça o compromisso firmado em manter a celebração. Segundo os organizadores, quem faz a solenidade de “queima das palhinhas” uma vez se compromete a fazer todos os anos numa espécie de festejo.

“As folhas que temos e queimamos é de murta, a murtinha cheirosa e o presépio que montamos e desmontamos é de lapinha, figurando a lapinha de Belém, onde Jesus nasceu”, explicou Fábio.

A queima provoca fumaça que toma toda a sala.  Quem participa também pode fazer uma prece ao colocar as palhinhas no fogo. Assim como os donos da casa, esses convidados, também, são convidados a participar do evento religioso no ano seguinte.

“O que representa para mim é que o momento de refletir sobre o nascimento e jesus e a importância Dele para a humanidade. Então está tradição também traz a questão da cultura popular de rezar a ladainha em latim e a reflexão sobre o nascimento de Jesus”, disse a professora Izaura Silva.

A educadora recordou que quando era criança, no interior do Maranhão, conheceu a reza da ladainha, embora não tivesse a “queima das palhinhas” e ao participar da celebração em Imperatriz teve as recordações que a emocionaram.

A comerciante Raimunda Alves, disse que “queima das palhinhas” não é só o encerramento das festividades natalinas, mas um momento de fé.

“É um momento de valorização do eu em primeiro lugar. Um momento de alegria e agradecimento por termos sidos criados por este Deus maravilhoso, poderoso que envia seu filho ao mundo para nascer e viver como nós nesta terra nos dando todo o exemplo de vida para a gente seguir”, disse Raimunda Alves. Ela finalizou dizendo que “balançar Jesus” na solenidade da queimação é emocionante e gratificante para quem participa.

Como começou

Matilde Pontes lembrou que foi a partir da iniciativa de São Francisco de Assis no ano 1.223 ao retratar o cenário onde nasceu Jesus (presépio), que veio depois a “queima das palhinhas’, que originalmente deve acontecer no dia 6 de janeiro, Dia dos Santos Reis. A queima ocorre quando o presépio é desmontado com o fim das festividades natalinas.

(Fotos: Maranhão Noticias).

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